De acordo com Alexandre Costa Pedrosa, TOD e regulação emocional é um tema cada vez mais relevante no campo da saúde mental infantil e adolescente, especialmente quando analisado a partir de intervenções clínicas eficazes. Neste artigo, será apresentado um panorama claro sobre o TOD, o papel central da regulação emocional e os principais pontos que ainda são negligenciados na maioria das intervenções.
O que é o TOD e como ele se manifesta no dia a dia?
O Transtorno Opositivo Desafiador é caracterizado por um padrão persistente de comportamentos desafiadores, irritabilidade, impulsividade e dificuldade em lidar com figuras de autoridade. Crianças e adolescentes com TOD frequentemente apresentam reações emocionais intensas, o que compromete relações familiares, escolares e sociais. Alexandre Costa Pedrosa aponta que muitos dos comportamentos associados ao TOD não surgem isoladamente. Eles estão diretamente relacionados à dificuldade de reconhecer, compreender e regular emoções.
A regulação emocional diz respeito à capacidade de identificar emoções, tolerar frustrações e responder adequadamente às demandas do ambiente. No TOD, essa habilidade costuma estar pouco desenvolvida, resultando em explosões emocionais frequentes e resistência a regras. Quando a regulação emocional não é trabalhada consistentemente, as intervenções tendem a focar somente no comportamento externo. Essa abordagem limitada pode gerar resultados temporários, sem promover mudanças estruturais no funcionamento emocional do indivíduo.
O que falta na maioria das intervenções para TOD?
Grande parte das intervenções tradicionais ainda prioriza técnicas de controle comportamental, como punições e recompensas. Embora essas estratégias possam ter algum efeito inicial, elas não abordam a raiz do problema emocional. De acordo com Alexandre Costa Pedrosa, o que falta na maioria das intervenções é um trabalho sistemático voltado ao desenvolvimento de habilidades emocionais. Isso inclui reconhecimento de sentimentos, ampliação do vocabulário emocional e treino de respostas mais adaptativas frente ao estresse.

A família exerce papel fundamental no desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes com TOD. Ambientes marcados por comunicação inconsistente, altos níveis de estresse ou respostas punitivas excessivas tendem a intensificar a desregulação emocional. Quando pais e cuidadores aprendem a validar emoções e estabelecer limites claros, o processo terapêutico se torna mais consistente e sustentável ao longo do tempo.
Qual é o papel da escola no manejo do TOD?
A escola é outro espaço onde os desafios do TOD se tornam evidentes. Dificuldades de convivência, conflitos com professores e problemas de disciplina são comuns. No entanto, a escola também pode ser um ambiente estratégico para o desenvolvimento da regulação emocional. Segundo Alexandre Costa Pedrosa, práticas educativas que promovem previsibilidade, empatia e apoio emocional contribuem significativamente para a redução de comportamentos opositores.
A integração da regulação emocional às intervenções clínicas exige planejamento e consistência. Técnicas como psicoeducação emocional, treino de habilidades sociais e estratégias de autocontrole devem ser adaptadas à faixa etária e às necessidades individuais. Além disso, o acompanhamento contínuo permite ajustes ao longo do processo terapêutico.
Quais são os benefícios de uma abordagem focada em regulação emocional?
Uma abordagem que prioriza a regulação emocional tende a gerar benefícios duradouros. Entre eles, estão a melhora nas relações interpessoais, maior adaptação escolar e fortalecimento da autoestima. Conforme enfatiza Alexandre Costa Pedrosa, quando a emoção deixa de ser ignorada e passa a ser compreendida, o comportamento também se transforma. Esse olhar mais amplo permite intervenções mais humanizadas e eficazes.
Em síntese, o TOD exige intervenções que vão além do controle comportamental. A regulação emocional é um elemento central que ainda recebe pouca atenção em muitas abordagens. Ao investir no desenvolvimento emocional, é possível promover mudanças reais e sustentáveis. Com informação qualificada, envolvimento familiar e estratégias bem estruturadas, o tratamento do TOD se torna mais eficiente.
Autor: Igor Semyonov
