Opções para Semana Santa: confira vinhos produzidos na Bahia que se destacam no cenário nacional

Giampiero Rosmo
Giampiero Rosmo Giampiero Rosmo
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Na Bahia, o cardápio da Semana Santa é composto por peixes, frutos do mar e muito dendê. De acordo com o sommelier Marcelo Freitas, de 34 anos, o vinho é a bebida ideal para realçar os sabores desses pratos.

Em entrevista ao g1, ele contou como começou sua história com a bebida e aproveitou para dar dicas de vinhos baianos que se destacam no cenário nacional e são ótimas opções para compor a mesa na Semana Santa. [Confira o final da matéria]

Sobre a relação com o vinho, Marcelo Freitas relata que o consumo da bebida começou aos 18, na companhia do padrasto, que trabalha há 30 anos em um grupo renomado de restaurantes no Brasil, e trouxe a cultura do vinho para dentro de casa.

“Sempre tive contato com o vinho ao ver meu padrasto beber. Eu observava a cor, sentia os aromas e prestava atenção na sedução do vinho tinto dentro da taça”.
“Essa bebida sempre esteve presente nas refeições, seja em uma taça ou em uma garrafa”, explicou.

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Além disso, relata que teve contato com pequenos produtores de vinho no sul do Brasil e em Portugal, país europeu. Dessa forma, começou a entender mais sobre a produção da bebida.

“A minha história com o vinho, essa paixão, antecede o título de sommelier. Eu bebi muito, conheci pessoas e outras culturas. Quando vi, já estava em um nível de que esse hobby precisava de mais entendimento, foi aí que me dediquei a sommelieria e ingressei nessa parte técnica”.

Marcelo recebeu o título de sommelier em 2017, é formado em economia e faz pós-graduação em enologia – ciência que estuda todos os aspectos relativos ao vinho.

Confira abaixo os vinhos selecionados por Marcelo para a Semana Santa:

Espumante Brut Branco, da vinícola Vaz

O Espumante Brut Branco, da vinícola Vaz, em Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, é feito com uvas chardonnay e sauvignon blanc.

Para Marcelo, este é um vinho muito aromático, leve e com boa acidez. Ele pode ser harmonizado com pescados ou frutos do mar, preparados de maneira mais delicada: no vapor ou salteado com azeite e ervas finas.

“Esse vinho tem uma grande importância para a região da Chapada Diamantina, porque a Vaz foi a primeira vinícola a ser instalada lá. Além de ter uma importância nacional, ele já foi premiado em um campeonato em Champagne, na França. Então, sem dúvidas, é um vinho que precisa ser lembrado e deve estar na mesa dos baianos na Semana Santa”, afirmou.

Sauvignon Blanc, da vinícola Uvva

O Sauvignon Blanc, da vinícola Uvva, é produzido em Mucugê, também na região da Chapada Diamantina.

“Ele é bem estruturado, apesar do corpo leve, porque passa por um processo de maceração pré-fermentativa, em que as cascas da uva branca ficam em contato com o vinho antes do início da fermentação. Então ele é enriquecido em aromas e sabores por esse processo”, destacou o sommelier.

Conforme Marcelo, este vinho pode harmonizar com pratos que sejam preparados à base de leite de coco.

Viognier Branco, produzido pela vinícola Vaz

Segundo Marcelo, o Viognier Branco, produzido pela vinícola Vaz em Morro do Chapéu é um vinho em que a “uva viognier se expressa de uma maneira completamente diferente de outros lugares do mundo”.

“O vinho produzido na Chapada Diamentina tem uma rusticidade, além de aromas cítricos e florais muito leves, diferente do que a gente encontra em outras cidades. A acidez dele é muito boa e vibrante”.

Ele combina perfeitamente com pratos que são preparados com azeite de dendê como, por exemplo, moquecas com camarões, peixes ou frutos do mar.

GSM, da vinícola Terranova Miolo

O GSM (Grenache Shiraz Mourvedre) é produzido pela vinícola Terranova Miolo, na cidade de Casa Nova, no norte da Bahia. Segundo o sommelier, essa indicação é para quem não abre mão do vinho tinto à mesa.

“Ele é um vinho tinto de corpo médio, que tem uma acidez bacana, sabores e aromas frutados. Embora a gente evite a junção de tinto com frutos do mar, um tinto bem escolhido pode casar, sim, com esse tipo de prato”, disse.

Para essa harmonização, Marcelo sugere um prato de sabor mais intenso como, por exemplo, o arroz de polvo.

Testardi, da vinícola Terranova Miolo

Para quem costuma se aventurar e tem um paladar mais arrojado, o sommelier indica o vinho Testardi, da vinícola Terranova Miolo, que é produzido no Vale do São Francisco.

Este vinho é feito com uva syrah, é bem encorpado e tem aromas e sabores mais intensos e terrosos que lembram cogumelo, tabaco, chocolate, cacau e café.

“Quando digo que esse vinho é para um paladar mais arrojado, é porque sugiro a harmonização dele com chocolate. Para um resultado melhor, ele deve ser harmonizado com chocolates acima de 85% de cacau, ou seja, mais amargos”, explicou.

Segundo Marcelo, o Testardi, da vinícola Terranova Miolo, é muito importante para o cenário nacional e para a Bahia, porque foi eleito o melhor vinho tinto do Brasil em 2012.

“O Testardi consolidou a produção de vinhos no Vale do São Francisco em larga escala e também aqueles com rótulos premium”, finalizou.

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